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Archive for the ‘O prazer à mesa’ Category

Os bons vinhos são para serem partilhados. Aqui está seleção de um jantar de há mês e meio atrás.

– Contarini Valsé Prosecco (Venneto, Itália); leve e frutado, excelente para a conversa e preparação sensorial,

– Soalheiro primeiras vinhas 2010; a casa soalheiro não consegue fazer nada mau. Sempre com excelência

– Champagne Mumm (França); um clássico,

– Alvarinho Anselmo Mendes 2005; Alvarinhos evoluídos. Não são consensuais, mas eu gosto.

– Condessa de Santar branco 2008 (Dão); Elegância e frescura e acidez num equilíbrio extraordinário.

– Monte dos amantes, Dão – Excelente vinho atendendo ao preço. Envergonha muitos vinhos mais caros.

– Macchialupa, Le Surte taurasi, 2003  (Nápoles, Itália) . Muito bom para acompanhar carnes.

DucruBeaucaillou , França, 2006; Do outro mundo. Sem palavras

– Burmester Tawny 40 anos. Elegância, aromas extraordinários, complexidade,… Tudo de excelência… Dos melhores vinhos do porto que bebi.

– Ramos Pinto Quinta do Bem Retiro 20 anos. Esperava-se um pouquinho melhor. Mas bom.

Boas degustações

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Para acompanhar um “coq au vin“:

Loimer 2002 Gruner Veltliner

Quinta do Castro Vinha Maria Teresa 1998

Quinta do Vale Meão 2000

Madeira Barbeito Malvasia 1994 Single Cask 232c

É um grande privilégio poder provar certas obras primas e, quando estão juntas venha o diabo e escolha as melhores. O branco, austríaco de 2002, com uma cor fantástica, amarelo com rasgos alaranjados. Boa evolução, óptima vinho para ser acompanhado com um prato quente. Falhou ao não combinar com um prato quente. Apesar da idade, em muito boa forma, e muito gastronómico. Para os tintos não existem palavras. A diferença entre eles reside na evolução de cada um. O primeiro no ponto óptimo, extraordinário vinho, o segundo apesar da idade apresenta uma jovialidade impressionante.  Qualidade suprema. Do melhor que se faz em Portugal.

O madeira é um bom vinho, falta-lhe alguma elegância e persistência.

Para finalizar, o prazer à mesa não vem da conversa exaustiva do vinho ou da comida, provém da qualidade dos produtos, amizade…e da conversa.

As impressões de outra conviva:

“…para além de sermos uns privilegiados, prefiro o Maria Teresa. O vale meão será ainda melhor?! Mas daqui a um par de anos. O austríaco merecia um bocadinho mais de tempo mas, acabou-se! Deu-me ideia que só um branco, entre entrada e sopa é pouco, precisamos de dois brancos! 🙂 os tintos eram ambos fenomenais mas, a arrancar uma vitoria, e só pelo aroma, Maria Teresa. Diria um 8,5; 9,5 só para facilitar…

Quanto ao Madeira, muito competente mas algo duro na boca. O final era bom mas achei os tintos mais persistentes. Sem duvida os grandes vencedores. …

A vantagem foi termos falado pouco de vinhos. Significa que a conversa do resto valeu a pena! :)”

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Quantos: Previstos 5, efetivos 7.

A comida:

Tagliatelle de camarão
Risoto de cogumelos

A bebida:

Fleur du rhône petit arvine 2009
Fleur du rhône heida 2010
Marchese Antinori Chianti Classico Risierva 2006
Penfolds Bin 389 Cabernet Shiraz vintage 2002
Oremus Tokaji Aszú 5 puttoniyos 2000
Quinta da Sequeira colheita tardia 2009

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Com a habitual irregularidade que nos caracteriza, o Lichias está de volta agora que as férias estão quase no fim…

Pensei em escrever sobre as paragens a sul, os petiscos, o Xarém, os habituais restaurantes da moda… etc… porém, cada vez mais me defraudam pelo serviço, pelo mais do mesmo, não obstante de no sul, em particular em Almancil, as estrelas Michelin passearem em maior número que em qualquer outro local do país.

Adiante; antevendo as vindimas, o outono e como despedida do longo e quente verão, pelo menos nas terras durienses, aceitei o convite do meu amigo Marco Moreira para experimentar um branco ao fim da tarde e com o Douro ao fundo. Enquanto as cigarras cantavam e o fim de tarde aparecia como promessa de alívio, bebemos, entre dois dedos de conversa, um interessante espumante  produzido em Valladolid. Fresco e a trabalhar bem no copo, acompanhou muito bem uns deliciosos lagostins com bacon frito.

A próxima prova acompanhou uns cogumelos frescos e uns pimentos padron;  o vinho escolhido: Tons Durorom, da parceria Soares Franco e João Portugal  Ramos; um vinho com muita fruta, bem feito mas plano e sem surpreender.

Para comparar, fomos até ao Alentejo experimentar um Altas Quintas. Este sim surpreendente, apesar de ter menos fruta, enche mais a boca e é mais complexo e guloso. Acompanhou umas fantásticas torradas de azeite, um presunto bolota de Salamanca e umas lascas de beringela fritas em azeite.

Era suposto ir apenas experimentar o branco produzido pelo Marco e despedir-me antes de jantar com um Porto tónico mas… são dez da noite e… decidiu gratinar uns queijos que acompanham com nozes….tudo isto porque eu nunca tinha bebido um Xérés… Gostei muito e fez-me lembrar um blandy Madeirense. Para comparar, bebemos um Porto Poças Dry White. Gosto muito de Porto mas de facto o Xérés é bem mais agradável; mais leve, mais fresco e,claro, menos alcoólico.

A comparação entre vinhos deambulava com a discussão entre vinhas novas e vinhas velhas, entre as uvas que o Vale Meão comprava a norte do Douro e as estórias míticas do Douro que corria calmo e pachorrento ao fundo dos nossos pés… a estória do Barão de Forrester e da sua amante Ferreirinha que sobreviveu ao naufrágio no Cachão da Valeira devivo às suas sete saias. O Douro vai correndo entre estórias felizes e outras menos felizes atravessando famílias, gerações.

O Douro encerra uma história de sofrimentos, de trabalho árduo, de mitos, de romantismos. Há quem lhe chame o “Rio dos Milagres”…

A noite está quente, as cigarras continuam em alta zoada! Percebo o criador do Barca Velha, Nicolau de Almeida, que quando lhe perguntavam o porquê de não viver permanentemente no Pocinho, ele respondia que calor por calor ía para Luanda, lá pelos menos tinha mar!…

Obrigado amigo! Até às vindimas!

Bons Prazeres!

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O vinho é sempre o pretexto para um serão bem passado. Para acompanhar uns rissois, tábua de queijos, presunto, camarões panados, uma mão de vaca temos:

Colares Branco – 1977 – 16 valores
É necessário sensibilidade para provar este vinho. Vinho proveniente das areias e vinhas rasteiras com sabor mediterrânico e ferrugento. Equilibrado e em boa forma. Boa surpresa, principalmente devido à idade.

Anselmo Mendes Alvarinho – 2005 – 17 valores
Um grande vinho de um grande enólogo. Complexo, estruturado e ainda com potencial de evolução.

Tapada de Coelheiros Garrafeira – 1999 – 17,5 valores
Embora “com um pé atrás” em relação a este vinho devido a más experiências atrás com vinhos desta casa, principalmente na relação preço/qualidade foi um boa escolha. Equilibrado, em grande forma,falta-lhe um pouco de corpo para a categoria de vinho  onde se insere. Uma grande vinho.

Vinho do Porto – 2000 adicionado a pipo de 18?? do amigo B.M. – 18 valores
A grande surpresa da noite. Da garrafeira do nosso amigo B.M., fabricado artesalnamente pelo pa,i é um porto fantástico. Floral, relação açúcar/alcool perfeita, estruturado, final prolongado. Fantástico. Tomara muitos tawnies à venda apresentarem esta qualidade. Excepcional.

JMG

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Vinhos III

Aqui vão as últimas notas dos vinhos bebidos em Novembro.

Sim, foram todos bebidos num único jantar entre um coelho estufado e uma magnífica sopa da pedra!

Iniciou-se com o Rosé entre uns queijos e rissóis; Leve e frutado, sem excesso de álcool como convém a um Rozé, acompanhou muito bem as entradas;

Seguiu-se a sopa da pedra que me convenceu a não experimentar o coelho, não obstante do seu bom aspecto. Iniciei a segunda parte do repasto com o “honesto” Quinta do Carmo; sem grandes sabores, com bom olfacto mas com alguma acidez no final ; seguiram-se os tintos; sim, nesta altura já tinha repetido (no prato…) vezes sem conta que a sopa de pedra estava divinal!! Veio então o primeiro tinto, um “velho conhecido”, Castelo de Alba: melhor no cheiro, na cor e no paladar que no final; precisa de mais uns tempos para amaciar e ficar mais “plano” na boca. Seguiu-se a surpresa da noite! De Estremoz veio um Enjeitado: suave, fácil de beber, com pouca acidez; é o chamado “vinho guloso”.

Chovia copiosamente entre sorrisos e amigos, quando um excepcional Pão- de- Ló de Alfeizerão se apresentou para o final do repasto! Para acompanhar, nada melhor que um Sautern: primeiro um Castel la Péze, Monbazillac 2006, menos doce, depois um Castelnaut de Suduiraut, 2001, com mais fruta e mais doce. Ambos muito bons, mas gostei mais do último.

Seguiram-se os brindes!

O próximo post terá já “provas natalícias”!!

Até lá!

Bons Prazeres!

  • Tapada do Barão rosé 2008 – 14
  • Quinta do Carmo branco 2008 – 13,5
  • Castelo d’Alba reserva tinto 2007 – 14
  • Enjeitado tinto 2008 (das encostas de Estremoz) – 15,5
  • Castel la Péze, Monbazillac 2006 – 16
  • Castelnaut de Suduiraut, sauterne, 2001 – 17

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A chuva cai miudinha.

Entro no carro e relembro o sonho da noite passada: viajei no comboio transiberiano de Moscovo até Vladivostok. – Onde é que eu fui buscar isto?…

Doi-me um pouco a cabeça e preciso de um café. 

Não tomo muitos cafés por dia, mas gosto muito de ir ao café; do impessoal e despersonalizado aqui ao lado de casa, até ao “consagrado” Xangai na minha terra. Gosto de cafés de bairro, gosto dos cafés “Centrais”. O café é um local de encontros, de leituras, de estudo, de ócio, de novidades, de partilha de emoções (grande Benfica!).

Recordo o “Seu Café” nos tempos de faculdade, café de eleição de transmontanos e alentejanos. Não havia telemóveis para marcar encontros; não era necessário, bastava aparecer por lá. Paralelamente aos cafés, as esplanadas são parte complementar de um bom café; acho que os Portugueses não apreciam muito as esplanadas. Em Portugal não há esplanadas no Inverno, no entanto, por essa europa fora, por exemplo em Paris, as esplanadas continuam cheias, com a ajuda, é certo, de potentes aquecedores a gás.

Tomei bastantes cafés nos tempos de estudante para prolongar a jornada de trabalho mas também para prolongar as “difíceis” saídas nocturnas…

“O café foi a bebida que aproximou as civilizações e uniu os continentes.”

A dor de cabeça passou; – terá sido do café?…

A chuva, essa, continua a cair, afinal sempre há sábados sem sol.

Acabei de decantar um Quinta Vale D. Maria 2007; Mais um almoço entre amigos; estou cada vez mais adepto de almoços sem relógio, pela tarde fora… De facto, Deus, quando criou o homem branco, deu-lhe um relógio, quando criou o homem negro, deu-lhe tempo…”

Já na mesa relembro o meu sonho; as paisagens siberianas, o panamá que comprei no lago Baikal, os olhos que perpassaram por aquela carruagem…

Hoje, é sábado, há mais tempo para falar de tudo, para comer, para pensar com calma.

Depois do excelente Quinta Vale D.Maria, para a sobremesa, outras duas surpresas de 2007: o Vintage Grahams e o Quinta do Vesúvio. O primeiro Porto, diferente de tudo aquilo que bebi, o segundo a confirmação de um grande vintage.

Tal como nos vinhos, também na vida há anos vintage! 2007 foi, para mim, um ano especial, ano de viragens: no trabalho, no amor, na vida.

Olho para o copo, 2007 está “ali”; o melhor do Douro numa garrafa, o sumo do terroir, do suão, das chuvas. Como será 2009?… 2010?…

Já agora, como serão as noites no café-vagão do Transiberiano?…haverá por lá Porto Vintage?…

Bons Prazeres!

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Há uns tempos atrás num almoço memorável em que participei num dos restaurantes de excelência portuguesa (e como tudo também da moda) levou-me a reflectir um pouco sobre como a busca do prazer poderá ser nefasta ao prazer. Talvez esta reflexão seja fruto da peleven3resença feminina (bendito o homem entre as mulheres) que me proporcionaram o prazer de um almoço que de outro modo ou noutra situação não conseguiria.
O almoço iniciou-se com as sugestões do chef e fomos lentamente saboreando, conversando, contando histórias… até que … dei por mim a não pensar nas questões técnicas, comparações vínicas e gastronómicas, na busca do aroma mais recôndito, que poderia não existir.
Estava criado um ambiente onde o pedantismo de encontrar aquele cheiro/sabor inexistente, conhecer aquela técnica culinária não existia. Era saborear por saborear, deixar-nos levar pelo que o chef nos proporcionava, pelas combinações que fazia. Deixar fluir o tempo com o verdadeiro prazer.

Enfim, talvez até então, um dos melhores almoços de sempre. Uma lição desde então.

JMG

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Gourmet low-cost

Gourmet low-cost: Quem disse que não há bom, barato e delicioso?

Público: 14.12.2008 – Francisca Gorjão Henriques

gourmet_poster“Gourmet: gastrónomo, apreciador de bons petiscos; provador de vinhos.” A definição é de um dicionário Francês-Português da Porto Editora de 1997. A data é pouco importante. O que interessa aqui são as palavras ausentes: caro, luxo, extravagância. Não é novidade nenhuma: comer bem não é sinónimo de gastar muito. É possível agradar ao palato sem assassinar a carteira. O desafio é lançado a alguém que se orgulha de comprar duas camisas de algodão branco, invejáveis, por um euro (se fosse só uma custava o mesmo, trazem-se as duas). E que evita o supermercado até ao limite, quando o café está mesmo quase a acabar e a manteiga praticamente no fim. A questão resolve-se com algumas perguntas espalhadas pela redacção e a alguns amigos (na verdade só as mulheres perceberam do que se estava a falar quando se associou a palavra “low-cost” a gourmet e por isso as dicas são 99,9 por cento femininas). Estabelecem-se algumas regras: Não ir a charcutarias ou lojas especiais e ficar pelos supermercados do costume. Não fugir dos produtos brancos. Nada pode custar mais do que cinco euros.  Minipreço, Pingo Doce, Lidl, Modelo e Jumbo estão para a gastronomia como a Zara e a H&M estão para a roupa. Há coisas baratas e que, bem combinadas, fazem furor. Claro que dão mais trabalho a encontrar do que entrar numa charcutaria e pedir meia dúzia de produtos que vêm já bem embalados e com tudo no sítio, aromas, texturas, cores. Também é mais fácil entrar numa Armani e levar um par de calças e uma blusa a condizer, do que perder horas a escolher entre os cabides de uma loja a abarrotar. Mas no final das contas (literalmente, ou seja, tudo somado, na hora de apresentar o cartão multibanco), só o cestinho do especial gourmet pagaria um mês de refeições bem ponderadas. Sabemos que a crise não está à porta, já entrou. Visitaram-se ainda dois supermercados orientais, um chinês e um indiano. Não serão difíceis de encontrar por todo o país, e são como a bijutaria étnica, sempre dão um toque especial. Para além disso, a visita vale a pena e não só pelas compras. Quando se atravessa a porta do Hua Ta Li, no Martim Moniz (onde também se situa o indiano Spice Rack, este no centro comercial Mouraria), entra-se instantaneamente em Pequim. O odor é um fantástico transportador da memória. E se não houver memórias para reanimar, resta o prazer de habitarmos outra cidade durante alguns minutos. Deu-se também um salto ao IKEA para experimentar as temperaturas nórdicas, atendendo a que já existem duas lojas no país (e pedindo desculpa aos nossos leitores mais afastados de Lisboa e Porto).  Escolheram-se alguns patês, massas frescas e secas, conservas, lacticínios, sobremesas, refeições ultracongeladas, bolachas, chocolates, enfim, tudo o que normalmente evitamos pôr no carrinho porque 1) temos um orçamento que dá apenas para o essencial; 2) há que manter a linha e nada disto serve para alimentar de forma saudável, mas apenas para nos conciliar com o mundo. Coisa pouca, portanto.

Boa sopa, ou talvez não.

Não é preciso dizer que não há nada como uma boa sopa de legumes frescos, de preferência apanhados a menos de 30 quilómetros de distância, ou mesmo na horta de casa. Mas não é disso que se trata aqui, ainda que uma das primeiras sugestões possa ser: ter sempre na cozinha um pequeno vazo de manjericão, coentros, tomilho. São relativamente baratos, e faz toda a diferença ter ervas acabadas de colher para atirar carinhosamente para o tacho. Ou para um copo de varinha mágica, misturando um queijo creme Philadelphia – o do Minipreço funciona igualmente bem e custa 0,75€. Tudo batido, sem mais, dá uma maravilhosa pasta para barrar tostinhas antes do jantar. Recomenda-se o manjericão, mas rúcula ou orégãos frescos ficam a matar (que se perdoe esta inconfidência, como outras que se seguirão). Já agora, há coisas a dizer sobre o pão antes de acrescentar ao tabuleiro outras iguarias. Uma bela surpresa foram os 750 gramas de pão escuro sueco (IKEA) para fazer em casa: juntar água à embalagem, deitar para uma forma, esperar 45 minutos pela levedação e pôr no forno. São €3,5 bem gastos. Dentro da proximidade geográfica, há também o pão de centeio do Lidl Landgut que é uma delícia nada dispendiosa de €0,75 (500gr). Noutro género, o pão de manteiga de ervas em baguete, pronto a pôr no forno, também do Lidl, faz boa companhia antes do jantar. Sigam os patês que, diga-se, são difíceis de acertar quando o objectivo é gastar pouco: de pato com Porto Jasper (€2,89 no Jumbo), ou ainda melhor, mousse de pato Montflorit (€1,49 no Pingo Doce) – salpique-se com um pouco de compota de framboesa, figos ou rainhas cláudias (Jumbo, entre €1,32 e 1,52). Acrescente-se ainda o queijo fresco atabafado de cabra, de Moura (Bilores, uma delícia de €2,09), ou a pasta de azeitonas pretas Gallo (€2,19). E por falar em azeitonas, não tão fácil de escolher como pode parecer à primeira vista, registe-se: azeitonas mistas britadas ao natural em salmoura, do Modelo (e Continente). Não precisam de mais nada, apenas um pratinho para os caroços. Há quem diga que os filetes de sardinhas de conserva, sem espinhas nem peles, são um bem subavaliado – um pitéu enlatado pela Ramirez, que custa pouco mais de um euro. Há inúmeras possibilidades no capítulo das conservas: Pimentos Piquillo (€2,25), tomate seco em azeite (€3,49), e figos recheados com queijo fresco Feigen para juntar a saladas (€3,99), ou em alternativa, figos simples para rechear em casa com requeijão. Tudo no Jumbo.

Clichés e facilitismos

Uma vez à mesa, avança-se para o salmão. Um cliché que nunca falha. Do Lidl ou IKEA, fumado, sobre tostas, ou acompanhado com molho de mostarda e cebolinho ou manjericão (IKEA), e uma salada; ou ainda, tornando os filetes de salmão congelados do Lidl em pequenas fatias de sashimi (não esquecer o molho de soja japonês para o breve mergulho do peixe). Outra hipótese: salmão envolto em massa folhada (novamente Lidl). Para não cair na facilidade do peixe cor-de-rosa, outra facilidade: pequenos crepes chineses de legumes, que podem ser feitos no forno para não ficarem com tanta gordura. Estão à venda em vários supermercados ocidentais, para os que se sentem incomodados com a crise da melamina e, por excesso de zelo, quiserem evitar todos os produtos vindos da China. Ficam maravilhosos com molho agridoce misturado com geleia de marmelo. Para compor as saladas, há beringelas grelhadas já fatiadas (Jumbo), boas para ter sempre no congelador. Também vão bem ao forno acompanhadas de tomate (até pode ser o tal seco de conserva, que fica ainda excelente nas massas) e mozarella, com sal e ervas. Ainda no capítulo dos facilitismos (que são uma espécie de calças de ganga, ficam bem em quase todas as situações se forem o modelo acertado): Tortelloni com requeijão e espinafres (€1,49, 250gr) do Pingo Doce. Para combater a preguiça, depois de pronto (três minutos), deitar por cima um pouco de azeite quente com alho e caprichar com manjericão picado e queijo parmesão ralado na hora. Ou, em substituição, o molho de pesto também do Pingo Doce. Sem sair do mesmo universo, há o risotto com pesto Gallo (€1,99 250gr). E a surpreendente pizza de tomate e mozarella de búfula, cozida em forno de lenha, (€1,99) do Pingo Doce, que aliás tem vários tipos de massa fresca bastante aceitáveis e baratos. Tal como o Lidl. Para variar, usar também as massas chinesas: a escolha é diversificada e em geral ronda os 0,50 cêntimos, meio quilo. Nada mal.  Talvez seja hora de apimentar a coisa. No Spice Rack – que como diz alguém, parece uma loja de preço único, com tantos frascos a €3,75 – há vários tipos de caril, em pó ou pasta. Nestes últimos, a marca Patak’s faz várias combinações: coentros e cominhos, tamarindo e gengibre, tomate e cominhos… mais ou menos picante, para profissionais ou amadores. Juntar a gambas, carne, peixe, ou vegetais e acompanhar com arroz – o basmati é já omnipresente nas prateleiras, marcas brancas e tudo. Há também os chutneys, de manga, lima…, que podem acompanhar carne, ou ser acrescentados ao caril. O vinho não ficou esquecido, nem podia, porque este é prato que não se acompanha com água. Quem percebe do assunto (por sinal, a única dica masculina) garantiu: barato, barato, e bastante bebível é o Borba V.Q.P.R.D. branco (€1,86) e tinto (€2,64). Para os mais endinheirados, há o Terras do Pó (€3,29, tinto), para dar apenas um curtíssimo exemplo, porque a este preço já há muito por onde escolher.

A fechar

Faltam ainda as sobremesas, que este é país de gulosos. O difícil é resistir, porque como sabe qualquer pessoa com prática de supermercado, a oferta é mais que muita.  Há o óbvio. Se a refeição não foi muito pesada, os crepes são um bom desfecho. Recheados com maçã La Crêperie (€2,99 no Pingo Doce); com frutos silvestres (€2,67) ou chocolate (€3,99), ambos no Jumbo. Em alternativa, o strudel de maçã do Lidl (€1,99) é boa solução. As sobremesas de maçã ficam bem, claro está, aquecidas e acompanhadas com uma bola de gelado de nata ou baunilha (todos os supermercados têm os seus). E a estes pode-se juntar um molho de frutos vermelhos (nesse caso afastam-se os crepes, para não dispararem as calorias) – no Jumbo um saco de 450 gr custa €2,49.  E há o menos óbvio. Tornar o mesmo gelado de nata num sofisticado gelado de rosas. Compra-se uma lata de Rose Petal Spread vinda do Paquistão (€4,95 no Spice Rack). Trituram-se três ou quatro colheres de sopa desta pasta com um fundinho de água até desfazer completamente e envolve-se no gelado tirado da embalagem (um litro), com a ajuda da batedeira eléctrica. Deliciosa bagatela (como vestir uma blusa de seda comprada em Macau). Pode ser ainda mais caprichado se o servirmos com uma bolacha de sésamo preto (€0,50 uma embalagem com 16 no Hua Ta Li). No mesmo registo: juntar uma colher de sobremesa de chá verde japonês Maccha, um pó finíssimo com aspecto de preciosidade rara (€4,50 também no supermercado chinês) a uma embalagem de gelado. Pronto. Chá é com orientais. Duas experiências que valem a pena são o chá de rosas secas do Hua Ta Li (€ 1,80), com a beleza de submergir as próprias flores em água, e o chá apimentado do Spice Rack (€3,75). Dois bons presentes de Natal também. E para acompanhar, outra gulodice: profiteroles Mariebel (€1,45, 24 unid) e mini-eclairs de chocolate belga (€1,77), ambos do Jumbo. Ou pastéis de nata Cozinha Pronta – €3,48, 11 miniaturas – em vários supermercados. As bolachas de manteiga tipo bretãs do Minipreço (sobretudo as mais fininhas) são óptimas e dificilmente seriam mais baratas: €1,34, dois pacotes. O café (várias marcas têm bons lotes, mas o Sical cinco estrelas não é nada mau) pede chocolate. Os de leite com amêndoas e avelãs inteiras, ou com natas, do Pingo Doce satisfazem muito bem os mais gulosos por €1,49 (200gr). As tartelettes do Minipreço também são uma delícia €(0,64). E as trufas do Lidl embaladas com requinte, a €2,99 (150gr).

Haja estômago para mais. Talvez esteja na hora de vestir o pijama.

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Almoço

Um amigo cedeu o espaço (o meu restaurante preferido de Leiria) e o seu cozinheiro, outro as alheiras e o cabrito, outro o vinho e a sobremesa.

Os dados estavam lançados!

O repasto começou com um Riesling Pinot Gris 2004, fresco, aromático e leve como deve ser um branco.

Seguiu-se uma inesquecível alheira frita com couve e um fabuloso Quinta do Crastro Touriga Nacional de 2005; soberbo é o mínimo a dizer sobre este néctar dos Deuses! Do mesmo ano do consagrado Quinta do Crastro Vinhas Velhas, há dias considerado como o terceiro melhor vinho do mundo pela Wine Spectator(!), este monocasta  revelou-se cheio na boca, sem acidez, fluido e com um final fantástico! Talvez o melhor tinto que eu já bebi. Nada mais há a dizer deste vinho: é pôr no copo e beber…

A acompanhar o suculento cabrito (parabéns ao cozinheiro!), também um Douro, um Redoma Tinto 2004 de Dirk Niepoort; é sabido que 2004 é um bom ano e este redoma convence, preenche, é suave e bem feito.

Para a sobremesa um fabuloso doce conventual, há dias premiado no festival de Alcobaça, e umas cornucópias, perdição de um amigo! Para remate final, um formidável Porto Vintage Kopke 2003 que acompanhou a conversa, os sorrisos e o entardecer…

Obrigado amigos!

Bons Prazeres!

 dscn0086 

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